segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Simplesmente simples


É uma questão de fé, totalmente arbitrária e aleatória, mas pode acontecer. Até porque nós, os extraordinários, somos poucos, mas andamos por aí.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

"Não somos super heróis
somos meros actores coadjuvantes
de uma historia universal
escrita em forma de poema
onde a diferença e feita
na única estrofe que escrevemos
e que termina quando o chão caminhar sobre nos
e o céu se esconder atras do horizonte
momento em que só nos restará
o silencio das nossas vozes
e a escuridão da nossa visão
que servirá de companhia eterna
momentos sacramentados em nosso santuário
pelas insígnias a que respondemos
como autores de um verso "sem rimas por muitas vezes"
no poema da historia universal..."


Red Jack - O Psicodoido

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Os incêndios...


Os incêndios...
Lamentar, porquê?
De pouco vale.
Não vejo, nem creio que verei, infelizmente, tomada de medidas para prevenir a situação.
Não basta culpar presumíveis pirómanos. Isso é pouco. Nada.
...É URGENTE, com toda a força que a palavra encerra, proteger e controlar todo o parque florestal. A solução não passa só pela limpeza das matas mas, e sobretudo, pela substituição imediata das espécies que povoam determinadas encostas. Tarefa morosa que se nos impõe. Enquanto houver pinhal e eucaliptal, misturados com outros arbustos e mato que cresce de forma desregrada, haverá repertir-se-ão as dores e lamentos presentes. Pior, a falta de iniciativas no sentido de contornar este flagelo social, compromete o futuro da ilha. É preciso reflorestar, mas com espécies menos propícias a incêndios, aproximando a floresta da que existira na altura da descoberta da ilha. Só assim é que, um dia, evitaremos esta "palhaçada". Uso esta palavra porque considero que estamos TODOS absortos e impávidos, a lamentar o sucedido, mas sem iniciativas concretas e eficientes para apagar de vez os incêndios na ilha cujo nome Madeira é a prova da floresta que noutros tempos existira. Os pinheiros e eucaliptos surgiram depois, são espécies invasoras. Os bombeiros, e todos os que acodem a estas desgraças arriscam perigosamente as suas vidas. É tempo de dizer BASTA. É necessário o discernimento social e político que mobilize e promova outra atitude em relação às nossas florestas. O tampão VERDE ficou Preto. Voltará a "esverdear", e tornará a enegrecer. É por isso que digo "palhaçada", porque enquanto não se INVESTIR a sério na floresta, assistiremos, enquanto aqui andarmos, a cenas que se repetem ciclicamente.
Não chega ficar à espera que os políticos tenham as iniciativas,embora a
decisão dependa deles. Contudo, é de todos a responsabilidade e a
obrigação de manifestar a vontade em proteger as nossas florestas.
O deserto está é mesmo ali ao lado. Por este andar, as próximas gerações de madeirenses enfrentarão uma extensão do mesmo. Seremos vistos como os "camelos" que permitirão esse desfecho.
Urge ordenar o território, repensar Planos Directores, criar (porque não?) uma Secretaria Regional exclusivamente da Florestas. Faltam meios de combate a fogos, helicópteros, outros equipamentos...
Permitam-me relembrar que algumas iniciativas, como o Rally por exemplo, levam milhares de pessoas para as serras. Se eu tivesse uma nota de 50 euros por cada garrafa com que muitos "cretinos fundamentais" se deliciam a atirar para o meio mata, certamente não trabalharia os próximos cinco anos. Tem de haver controlo e fiscalização, além da limpeza. Outro factor é o da educação, mas só por aí não vamos lá porque quem é que nunca aprendeu que se deve cuidar e proteger a floresta? O que nunca aprendemos foi a empreender essa vontade, pelo contrário.
Eu, não me importava nada, mas mesmo nada, de abdicar de certos investimentos e canalizar verbas para a reflorestação.
O Rally custou um balúrdio para trazer um avião de turistas à Madeira. Os incêndios são de borla e vão, por este andar, riscar a Madeira do mapa de destino turístico de qualidade.

A cada cabeça, sua sentença.


José António Barros

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Parar para pensar


As pessoas, hoje, talvez subjugadas pela pressa,
Não andam, correm;
Não param, cruzam-se;
não conversam , gesticulam;
não escutam, ouvem;
não vêem, olham;
não sentem, reagem;
não convivem, estão juntas.
As pessoas, hoje,
caminham lado a lado
sem jamais se encontrarem.

É.S.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

FOI O TEMPO QUE PERDESTE COM A ROSA


"Foi o tempo que perdeste com a rosa que tornou a rosa tão importante para ti". Lemos, comentamos, admiramos, mas vivemos? Numa sociedade de "imperativos categóricos" como a pressa, urgência, ruído, competição e hedonismo, sabemos "perder" tempo? Os blogues, facebook, twitters, são muitas vezes apenas a versão digital de uma vida insana, ébria de actividades ainda que meio vazias. Como se fosse proibido parar, como se todos tivessemos um bicho carpinteiro, como se perder tempo, no sentido do Principezinho, fosse um mal social. Eu tenho blogue e facebook, mas não tento fazer, de um ou de outro, uma afirmação da minha personalidade, um poder que não tenho ou uma mera satisfação pessoal. Penso que na Partilha reside o segredo, aquela que nos abraça e comunga ainda que sejamos estranhos.


São hoje as amizades ainda como no filme "O Caçador" (só para ilustrar com alguma coisa?) Os amigos ainda se importam assim? Por onde anda que não numas larachas da praxe, uns convites para irmos a todo o lado mas não estarmos em nenhum, e um contínuo satisfazer pessoal e social como se fossemos bonecos em mupis?


Confunde-se muito alegria com habituação ao barulho e a actividades constantes. Confunde-se Partilha com mera satisfação pessoal. Confunde-se amizade com tudo aquilo que possa provocar prazer. E não há tempo para nada, mesmo que o consigamos arranjar para tudo. "Foi o tempo que perdeste coma rosa que tornou a rosa tao importante para ti"...


Texto do meu querido amigo Daniel.

É.S.

domingo, 6 de junho de 2010

Diz Que É Uma Espécie de...

Quando nos comprometemos com alguma coisa devemos demonstrar interesse, nem que seja para que os outros pensem que fazemos aquilo com gosto e que não estamos lá apenas por estar. E quando pertencemos a um grupo o nosso nível de interesse tem por obrigação de ser mais elevado, uma vez que se estamos ali é porque queremos.
Num grupo é suposto que haja uma consciência que partilha dos mesmos valores, regras e objectivos.
E quando as coisas não são assim será que pudemos dizer que estamos perante um grupo?
Eu digo que não! Para existir um grupo é necessário que haja uma relação de continuidade prolongada num espaço de tempo e que todos os seus elementos assumam com responsabilidade a escolha que fizeram. E não se limitem a tentar convencer os outros mas sim vocês mesmos, caso contrário, a vida será uma ofensa e as palavras terão sido ocas e em vão. Escutem e não queiram apenas fazer-se ouvir, pouco se importando que, nessa sua ânsia de se fazer ouvir, a sua voz acaba por dissolver na multidão dos ruídos que poluem o nosso universo quotidiano. Tornando-se indiferentes ao próprio coração que acabam por não escutar e, por isso, também não conseguir conhecer nem seguir.
É necessário repensar as atitudes e aquilo que realmente queremos, não basta só querer para que as coisas aconteçam é necessário um esforço por parte de todos. Porque quando há uma grupo há um todo que deve/deveria funcionar em harmonia, não digo harmonia perfeita porque é impossível, mas numa harmonia que permita a própria existência do grupo.
Temos de nos esquecer de nós muitas vezes para não cairmos na tentação de fazer o mundo girar só à nossa volta... Ao menos tentem...
Adeus (a forma mais fácil de dizer que talvez tenha sido bom e até à próxima)!

É.S

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Toque


É a sensação de toque!
Numa cidade a sério as pessoas caminham, roçam umas nas outras, trocam encontrões...
Aqui, ninguém se toca. Estamos sempre trás do metal e vidro. A falta desse toque é tão doloroso, que nos espetamos contra os outros só para sentir qualquer coisa.
Tornamo-nos prisioneiros de um Universo de palavras impessoais, sem toque, sem sabor e sem gosto.


terça-feira, 11 de maio de 2010

A necessidade da compaixão

"Arrebatavam-me os espectáculos teatrais, cheios de imagens das minhas misérias e de alimento próprio para o fogo das minhas paixões. Mas porque quer o homem condoer-se, quando presenceia cenas dolorosas e trágicas, se de modo algum deseja suportá-las? Todavia, o espectador anseia por sentir esse sofrimento que, afinal, para ele constitui um prazer. Que é isto senão rematada loucura? Com, efeito, tanto mais cada um se comove com tais cenas quanto menos curado se acha de tais afectos. Mas ao sofrimento próprio chamamos ordinariamente desgraça, e à comparticipação das dores alheias, compaixão. (...) Amamos, portanto, as lágrimas e as dores. Mas todo o homem deseja o gozo. Ora, ainda que a ninguém apraz ser desgraçado, apraz-nos contudo a ser compadecidos. Não gostaremos nós dessas emoções dolorosas pelo motivo de que a compaixão é companheira inseparável da dor? A amizade é a fonte destas simpatias."
Santo Agostinho, in 'Confissões'

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Outro lado

Não desesperem, almas tristes. Ainda nos restam 50 quilos de vida.
E acreditem, eles não sabem que do outro lado há nuvens e fogo,
ribeiras de amor trazidas de outro lugar. E um cisne que diz a sua
idade com os dedos...

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

O Louco


Perguntais-me como me tornei louco. Aconteceu assim:
Um dia, muito tempo antes de muitos deuses terem nascido, despertei de um sono profundo e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas - as sete máscaras que eu havia confeccionado e usado em sete vidas - e corri sem máscaras pelas ruas cheias de gente gritando: "Ladrões, ladrões, malditos ladrões!"
Homens e mulheres riam-se de mim e alguns correram para casa, com medo de mim.
E quando cheguei à praça do mercado, um rapaz no cimo do telhado de uma casa gritou: "É um louco!" Olhei para cima, para vê-lo.
O sol beijou pela primeira vez a minha face nua.
Pela primeira vez, o sol beijava a minha face nua, e a minha alma inflamou-se de amor pelo sol, e não desejei mais as minhas máscaras.
E, como num transe, gritei: "Benditos, benditos os ladrões que roubaram as minhas máscaras!"
Assim tornei-me louco.
E encontrei tanta liberdade como segurança na minha loucura: a liberdade da solidão e a segurança de não ser compreendido, pois aquele que nos compreende escraviza alguma coisa de nós.


segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

O Principezinho

Eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo e eu serei para ti, única no mundo...
Tenho uma vida terrivelmente monótona...
Mas se tu me cativares, a minha vida fica cheia se Sol.
Estás a ver, ali adiante, aqueles campos de trigo? ... não me fazem lembrar de nada. É uma triste coisa! Mas os teus cabelos são da cor do ouro. Então quando eu estiver cativada por ti, vai ser maravilhoso! Como o trigo é dourado, há-de fazer-me lembrar de ti...
Só conhecemos as coisas que cativamos - disse a raposa. - Os homens, agora já não tem tempo para conhecer nada. Compram as coisas feitas nos vendedores. Mas como não há vendedores de amigos, os homens já não tem amigos. Se queres um amigo, cativa-me!
E o que é preciso fazer? - Perguntou o princepezinho.
- É preciso ter muita paciência. Primeiro, sentas-te um bocadinho afastado de mim, assim em cima da relva. Eu olho para ti pelo canto do olho e tu não dizes nada . A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas todos os dias te podes sentar mais perto...
Se vieres sempre ás quatro horas, ás três já eu começo a ser feliz...
Foi assim que o princepesinho cativou a raposa.
(...)Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos...
Foi o tempo que tu perdes-te com a tua rosa que tornou a tua rosa tão importante.
- Os homens já se esqueceram desta verdade - disse a raposa. Mas tu não te deves esquecer dela.
Ficas responsável para todo o sempre por aquilo que está preso a ti. Tu és responsável pela tua rosa...

Antoine De Saint-Exupery "O Principezinho"

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Ama e faz o que quiseres. Se calares, calarás com amor; se gritares, gritarás com amor; se corrigires, corrigirás com amor; se perdoares, perdoarás com amor. Se tiveres o amor enraizado em ti, nenhuma coisa senão o amor serão os teus frutos.

Santo Agostinho